sábado, 26 de novembro de 2011

25 de Novembro - Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres

Já faz uma semana que estou pensando em quê escrever para este post. Comecei a pesquisar em blogs e na internet sobre postagens dos anos anteriores, comemorações, campanhas realizadas, etc e encontrei informações fantásticas. Diante de textos tão originais com opiniões muitas vezes tão aproximadas da realidade e dos números quase desisti de escrever sobre um assunto tão importante, infelizmente também variado e complexo. Para não chover no molhado e poder contribuir para a reflexão sobre a violência contra a mulher resolvi contar um pouco de como eu – mulher, jovem, estudante universitária, branca, classe média baixa, brasileira - percebo a violência de gênero em meu cotidiano. Como se pode notar a partir dessas características que citei de meu perfil social, não sou ou pelo menos não me classifico como integrante da parcela de mulheres que são o alvo mais agudo da violência, mas acho importante contar algo da minha percepção disso, não só porque ela pode coincidir com a de muitas outras pessoas, mas porque ao romper esses silêncios que enredam nossas vidas cotidianas podemos desnaturalizar nossas atitudes ao ponto de nos descobrirmos não só como vítimas, mas também como perpetradorxs.

Já fui alvo de piadas machistas, desprezo e comentários infelizes, mas até onde me lembro nunca fui ameaçada ou perseguida por ser mulher no ambiente de trabalho nem na universidade. Me lembro de episódios de caras que se sentiram no direito de me assediar porque eu me comportei de maneira gentil e simpática, mas na época sequer pude imaginar que isso era violência de gênero - „afinal, o que mais tem nesse mundo é homem folgado“, pensava. Até uns anos atrás não formulava esse tipo de questão nos termos „de gênero“. Mas algo que sempre tive muito presente, uma percepção da que tenho lembranças que vêm desde os meus dez, onze anos de idade, é a da diferenciação muito clara e reiterada, entre os membros da minha família, entre homens e mulheres, e seus respectivos lugares, obrigações, modos de se comportar, pensar, falar, amar, viver.

Sim, as minhas lembranças e percepções mais tristes da violência de gênero eu associo ao espaço de convivência familiar e aos membros de minha família. Foi lá que eu descobri – ou que me informaram? - muito cedo de que eu era mulher, e de que portanto eu não era homem. De aparentemente tão óbvio parece até bobo. Mas eu não me refiro ao fato de que quem tem vagina não tem pênis. Isso era só o começo de tudo. Mas me refiro ao fato de que para tornar-se mulher ou homem, na minha família, se necessitava caminhar caminhos muitos distintos. Descobri na infância que eu era menina e portanto não podia sair de bicicleta na rua com os primos. Que eu era menina e portanto tinha que lavar a louça dos homens enquanto os meninos sequer recolhiam os pratos da mesa. Que eu não podia ir pescar mas tinha que ajudar a limpar os peixes. Que quem soltava as pipas imensas que meu pai fazia eram meus primos e não eu e minhas irmãs, porque não tem graça soltar pipa com meninas. Que eu tinha que escutar e aceitar calada que dirigir não é da natureza da mulher, mas homens nascem sabendo. Que eu tinha que entender que era para meu próprio bem que eu amargava as noites do fim de semana em casa, porque „os bodes estão soltos então tem que amarrar as cabritas“.

Não sei se por sorte ou por necessidade, me dei conta também muito cedo de que eu não queria nada disso para mim. Por outro lado, não é fácil digerir a violência e seus tentáculos quando ela vem de dentro de sua própria família, e disputa com você as suas origens. Já não vivo com a minha família há oito anos, mas frequentemente me vejo às voltas com situações absurdas de autoritarismo machista. Prova de que ele ainda existe e infelizmente dita o refrão por lá, é que eu só ganhei um certo espaço no „diálogo“ depois de um certo tempo que já estava longe. Com minha mãe isso continua igual a quando eu ainda morava lá: no caso de que ela tenha a razão em uma discussão, palavras de ordem de quem „traz a comida pra dentro de casa“ valem mais do que a de quem „só põe a comida na mesa“. Menosprezo da sua opinião, a „perda da paciência“ justificada por haver sido contrariado ou ainda a ridicularização do ponto de vista dela são infelizmente as estratégias para vencer qualquer negociação – veja só, eu quase que escrevo „vencer um diálogo“!

Pois é. Nesse dia 25 de novembro, dia internacional de combate à violência contra a mulher, não consegui escrever um texto que fosse mais abrangente, ou teórico, ou literário. Tive a impressão de que tudo que tentei escrever acabava impregnado por essa percepção pessoal da violência simbólica e psicológica como a sementinha podre dessa história. Escrevi e publico este texto contaminado de pessoalidade porque acredito que política deve começar em casa, a partir de discussões e conversas cotidianas. Possivelmente muita gente que leia este texto não encontre muito o que aproveitar. Mas quis, mesmo assim, compartilhar desse esforço de romper com o silêncio que encobre a violência de gênero. Esforço este que nesse dia 25 de novembro é coletivo, e que representa mais que nada a imensa vontade que une mulheres dos mais variados tipos acabar de superar a desigualdade.


* Este texto responde à chamada para blogagem coletiva das Blogueiras Feministas #FimDaViolenciaContraMulher: http://blogueirasfeministas.com/2011/11/blogagem-coletiva-fim-da-violencia-contra-a-mulher/

domingo, 13 de novembro de 2011

Recuperar o sentido das coisas – ou do porquê eu estudo

Quando decidi estudar história não tinha muita ideia de como era a profissão do historiador, nem de como era o curso, e nem do que significava fazer pesquisa, ser historiadora no Brasil, e como isso implicava um milhão de outras coisas como políticas acadêmicas nacionais e internacionais, linhas de pesquisa e "linhagens" teóricas, relações de colonialidade, assimetrias de poder entre as distintas academias do mundo e seus respectivos "modos de pensar" esse mesmo mundo, pensar uma sociedade por meio da reflexão sobre seu passado...

Na verdade, julgando hoje a maneira como eu pensava na época, e a desinformação na qual eu estava mergulhada tendo a dizer que escolhi errado o meu curso e a minha profissão. Não porque eu não gosto e não me identifico com o que eu estudei e com o que faço hoje, mas porque eu achava, na época, que historiadores lidam com determinadas questões de uma determinada maneira que eram, na verdade, objetos e métodos de outras ciências, como antropologia ou mesmo sociologia. Lidei com essas perguntas de maneira prática, quase que tirando no palitinho ou nas cartas. Não havendo quem pudesse explicar melhor o que os manuais diziam sobre as diferenças de currículos dos cursos, ou mesmo entre as próprias disciplinas, optei por estudar algo que estivesse incluído no currículo da escola publica, já que isso significava que eu sempre teria onde trabalhar, enquanto que, se tivesse escolhido outro curso, eu não teria nem idéia de onde pedir emprego. Mal sabia eu que, do ponto de vista das ofertas do mercado de trabalho, historiadores, antropólogos e sociólogos estão quase que todos no mesmo barco furado no Brasil...

Além disso, houve também uma outra escolha anterior a essa, que foi a de não estudar artes. Isso era algo que eu queria de maneira febril, porém também silenciosa. Ao mesmo tempo que queria, tinha muito medo de estudar artes, ou melhor dizendo, artes dramáticas. A educação que recebi na minha família, nesse sentido e do ponto de vista dos meus pais, foi bastante eficiente, pois mantendo-me na ignorância das possibilidades profissionais oferecidas pelo curso, conseguiu que eu mesma me impusesse proibições e barreiras, e por fim desistisse, sob a desculpa – hoje eu vejo -, de que não teria como me bancar sozinha. Obviamente estava claro para mim que caso optasse por "essa vida", não seria nem moralmente apoiada pela minha família ("isso é coisa perigosa pra mulheres jovens de família", "atrizes são todas mulheres faladas, porque dizer que é atriz é fachada pra outras coisas", "você não tem olhos azuis, e nem é loira. se contente com fazer teatro na escola, porque você não chegaria a nenhum lugar com isso"...), que simplesmente não concebe dramaturgia como profissão, principalmente para "donzelas" de família inocentes do interior que devem casar-se, ser mães e esposas exemplares, e nunca comprometer o desempenho desses papéis ocupando-se com outras atividades que não contribuam para a realização desse mesmo desempenho.

Continuando... A única certeza que eu tinha sobre tudo isso na época, e que por sorte não foi frustrada e nem destruída, é que os historiadores eram daqueles tipos de pessoas que trabalhavam com questões políticas e sociais, e que se movimentavam em terrenos alagados de engajamento. Eu interpretava isso como uma possibilidade de subverter e reverter coisas que eu ainda não conseguia nomear com todas as letras, mas que já era capaz de identificar e, em alguns casos, sentir na pele. De alguma maneira eu relacionava o potencial de pensar e realizar mudanças como um dos papéis que eu associava às artes, que era com o que eu havia me proibido de sonhar naquele momento, mas também das ciências humanas, a opção restauradora do potencial de transformação que eu queria para minha vida.

Me dei conta logo em seguida do início do curso de história de que já a decisão de estudar ciências humanas é, no Brasil, uma decisão absurdamente política, e engajada. Começando pelo fato de que ninguém fica rico com isso – e essa é uma das "leis" da sociedade ocidental contemporânea: ter sucesso no trabalho, o que significa ganhar muito bem pelo que faz. Mas principalmente no Brasil, onde o silêncio, o esquecimento e a despolitização da memória são as bases dos estandartes dos valores e fatos que separam e legitimam muito bem o abismo entre ricos e pobres, brancos e negros, patrões e empregados, mulheres e homens, homos e heteros, etc etc, a suposta simples decisão de estudar e ensinar história (e nem digo pesquisar!) já se transforma em uma decisão absolutamente transformadora, porque pode implicar, entre milhões de outras coisas, pensar, enxergar, escutar e falar contra a corrente, ou como bem escreveu Walter Benjamin, ter como tarefa "pentear a História a contrapelo” (tese VII).

O que eu queria nesse post era recuperar esse sentido, pra mim mesma, do porquê eu estudei história, mas principalmente do porquê eu continuo estudando ciências humanas, e do porquê estou voltando timidamente a sonhar com estudar artes. Como uma vez me disse Karim Ainouz, o diretor do filme Madame Satã, o mundo precisa de bons médicos, bons dentistas, bons engenheiros, bons advogados, bons astronautas. Mas prescinde de qualquer cineasta, ator, palhaço, malabarista ou sonhador. Eu estendo: o mundo também prescinde de filósofos, cientistas sociais, historiadores. A desgraça da África incomoda a muito pouca gente no mundo, e incomoda menos que as desgraças individuais e cotidianas. Eu me enfiei nas ciências humanas porque em algum momento da vida criei o hábito torto de pensar que posso dominar o mundo com o olhar, e que projetando por meio dele minhas inquietações, sou capaz de deformar a realidade que vejo, nem que seja só um pouquinho. Eu estudo por mim, em nome de uma ilusão antiga, que criei do alto da minha ignorância, de que a partir destes lugares que ocupo e que almejo posso subverter. Mas o cineasta tem razão. O mundo não precisa de nós.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Minha mãe*

Minha mãe tem cheiro de criança. 
Mesmo quando come alho, usa perfume, 
toma ou deixa de tomar banho,
minha mãe tem cheiro de criança.
Quando eu era criança 
eu tinha o cheiro da minha mãe,
e toda a roupa que eu usava,
e a comida que eu comia feita por ela,
e o sofá, e a casa,
e as nossas vidas 
- de minhas irmãs, de meu pai, 
dos gatos que a gente tinha -,
tudo tinha o cheiro da minha mãe.
Nunca vou saber se eu é que via em tudo o cheiro dela,
ou se minha mãe está perdendo o cheiro, 
e as coisas, e as pessoas.
Algo parece que se dissolve, 
e a denúncia da ausência 
do cheiro de minha mãe,
e as coisas indefinidas, 
e os ventos que antes traziam 
e agora levam
e a vida, 
esse truque de prescindir de permanências.
E a despeito desses imperativos, 
das impermanências certeiras e impiedosas
eu sigo buscando o cheiro da minha mãe
nos cantos das minhas imperfeições,
nas minhas frestas,
nos vazios que tenho
tão transbordados.


* Escrevi esse texto em 15 de outubro de 2009. Naquele dia como agora, lembrava dos olhos úmedos da minha mãe, que enxergam muito e perdoam demais.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

I Prague Pride statt I Slut Walk Berlin 2011

Pois é, acabei não indo na Slut Walk Berlin no dia 13 de Agosto, apesar de ter feito a maior propaganda e de ter agitado um montão de gente pra lá. Na verdade uma fatalidade me levou à primeira Parada Gay de Praga (Prague Pride 2011), que acontecia no mesmo dia... Sem suspense, a tal fatalidade foi uma viagem de férias que só podia ser feita entre os dias 12 e 17 de Agosto, e em determinadas condições muito específicas. Então você que me lê (se é que alguém me lê...hehehe) pode estar pensando „oh coitada, que fatalidade! Teve que fazer uma viagem de férias!“

Ok, então considere que você mora a quatro horas de Praga de carro por quase dois anos, nuuuuunnnca teve tempo e muito menos dinheiro – os dois ao mesmo tempo, então nem se fala – pra empreender uma viagem pequena e simples durante esses dois anos. De repente sua estadia na Europa, que deveria durar pelo menos mais um ano, se vê ameaçada, porque você é estudante, estrangeira, pobre e de família classe média baixa conservadora (para eles eu já estudei o suficiente para uma dona de casa, e se continuar estudando nunca vou encontrar um marido que me queira...), e por tudo isso você e seu namorado decidem chutar o barraco e gastar todo o dinheiro que vocês teriam para sobreviver agosto (que não é muito, mas é tudo o que nós tinhamos) com essa viagem.

Ah, claro, viajando com o dinheirodapinga mais o trocodopão, nos obrigamos a incluir algumas aventuras extras em nossa viagem, como por exemplo: fazer todos os trajetos de carona (porque o trem é uma beleza mas custa uma fortuna); economizar o $$ do hostel fazendo Couchsurfing (leia-se: ficando na casa de desconhecidos, em situações surpresa, e em nosso caso, demos muita sorte, mas tivemos que tomar banho gelado!); viajar „sem chances para a improvisação“ e para imprevistos, porque qualquer aspirina extra significaria DÍVIDA! Ainda não tô dizendo que tudo saiu chiboquinha na chupeta... só tô contando que, apesar das condições de aperto e da loucurinha que significava fazer essa viagem, era agora ou nunca! Mesmo porque a próxima pode ser a viagem de volta, com uma mão na frente e outra atrás, e as duas abanando...

Mas voltando ao assunto Slut Walk e Prague Pride!! Claro claro claro que não é a mesma coisa, e se pudesse teria estado nas duas! Mas ambas têm muitas coisas em comum, como por exemplo, tornar visível a luta pela liberdade dos oprimidos pela heteronormatividade, que como muitas feministas sabem e defendem hoje em dia, é patriarcalista, e se relaciona, por exemplo, com a produção do machismo, da misoginia e da homofobia. Me lembrei de um trecho que adoro, escrito pela Deis Siqueira no prefácio do livro A reinvenção do Corpo, da Berenice Bento, cuja menção agora é muito oportuna, já que fala sobre o encontro das teorias e demandas feministas com as de outras minorias sexuais. Nas minhas palavras (vou por a citação certinha aí embaixo)*, o trecho diz mais ou menos que, se a opressão das mulheres é um fato histórico incontestável, a opressão não somente sobre as mulheres – e no caso dos personagens de Berenice, @s Transexuais – é um fato sociológico incontestável. Não se pode, portanto, pensar o gênero sem pensar simultaneamente em sexo e opção sexual. Logo, muitas das questões que a Slut Walk quer visibilizar têm tudo a ver como uma série de demandas da comunidade GLBTTIQS. Exatamente ao aprofundá-las, nos deparamos com uma raíz comum a diversos problemas, que é a heteronormatividade fundamentadora da sociedade ocidental em que nós vivemos.


...E por esse motivo fiquei muito contente quando liguei a TV em Praga no sábado e, mesmo não entendendo uma gaivota de tcheco, consegui encontrar o local e a hora certos da parada, e ainda participar dela com meu respectivo (que foi todo feliz vestir-se com uma roupa colorida para combinar com as bandeirinhas da parada), um amigo nosso que foi junto, e a garota super simpática que eu conheci via Couchsurfing, e que nos hospedou em sua casa. Como todas as paradas que conheço (de Sampa e de Berlim), estava muito bonita, divertida e foi também muito importante. Imaginem-se que era a primeira parada de Praga, depois de anos que as paradas já vêm acontecendo em todo o mundo! Apesar de pequena e curta, foi super interessante, bem organizada, e claro, animadíssima, por conta dos DJs que se sucederam (eu só vi dois mas soube que teve outros) e das Dragqueens fantásticas, que são presença obrigatória e de honra nas paradas. Fiquei pouco tempo por lá, por conta de ter que otimizar tempo e dinheiro, e ter que ainda ir atrás de casas de cambio (aliás, se vc for para Praga, me pergunte sobre as casas de cambio, pra não fuder e perder tanto $$ como a gente!).

Antes de terminar esse post, não poderia deixar de mencionar que também houve uma contra-parada, organizada pela igreja, que tinha como objetivo conter a marcha gay e „conscientizar“ a juventude do „pecado da homossexualidade“. Como se sabe, as igrejas, tanto católicas quanto evangélicas, muçulmanas, judias, etc etc etc, não só têm um importante papel na construção e afirmação da heteronormatividade, por exemplo afirmando a idéia de família (patriarcal, formada a partir de um par heterossexual e hierarquizado no qual o indivíduo feminino se sujeita ao domínio e proteção masculinos) como unidade básica da sociedade, como também se sustentam sobre este mesmo princípio, responsável por domesticar as sexualidades, os indivíduos, as mentes, o prazer, e manter „cada macaco no seu galho“, como se macaco já nascesse com galho cativo. Infelizmente, em nome dessas e de outras idéias, que em muitos momentos são levadas ao extremo, até os dias de hoje muitas pessoas sofrem perseguições e são vítimas de discriminações de todo tipo, e de violência verbal, psicológica e física.


 A gang do Ratzinger, infelizmente formada em sua maioria por jovens na casa dos 20 anos, marchou de encontro à turma do arco-íris segurando cartazes, faixas e gritando frases (em tcheco, não me perguntem!). A idéia dos religiosos era realmente tentar conter a parada antes que ela chegasse ao seu destino, que era uma das pequenas ilhas do Rio Moldava, zona central e turística da cidade. Obviamente não conseguiram, porque eram a minoria, e ficaram na entrada da ponte que descia para a ilha rosnando e ranhetando. Sem querer banalizar uma manifestação feita por gente mais velha, e inclusive falando de maneira muito generalizada, eu acho que não teria me afetado tanto como me afetei com esta contra-parada, se a maioria dos participantes tivesse a idade dos meus avós, estourando a dos meus pais (que sorte que o sofá lá de casa é muito confortável para que meus pais atendam a seus ímpetos conservadores e saiam pelas ruas!). Senti tristeza e vergonha alheia em ver que a galera que empunhava a bandeira e que praticamente entoava os gritos da contra-parada eram jovens da minha idade.


* Nas palavras de Deis Siqueira: "Nós, feministas, partimos da opressão das mulheres. Fato histórico incontestável. Porém, a autora avança: a opressão se dá não apenas sobre as mulheres, mas há lugares infinitos de interlocuções/diálogos/possibilidades entre esses três lugares: fato sociológico incontestável. Não se pode pensar gênero sem se pensar, simultaneamente em sexo e opção sexual. E a reflexão também avança na possibilidade de interlocução entre as Ciências Humanas e as Ciências Médicas.". Retirado de Bento, Berenice. A Reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transsexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006

Mais um caso de homofobia e agressão física em São Paulo

Para os que estão orgulhosos de serem hetero e estão lamentando não poder expressar pública e coletivamente sua miséria espiritual, esta notícia é mais um dos exemplos que mostra porque querer o dia do orgulho hetero é digno de pena. 

Independente de se o rapaz é homossexual ou não, a agressão foi motiva porque os agressores supuseram que ele era homossexual. E quem vem me dizer que não existe homofobia, e que homofobia não é crime?

Não nos esqueçamos, não deixemos a poeira baixar! 









29/08/2011 12h13 - Atualizado em 29/08/2011 13h11

"Foi completamente gratuito", diz arquiteto agredido na Paulista

Vítima levou pontos na cabeça e quebrou dedo após agressão em SP. Arquiteto contou que ele e amigo foram confundidos com homossexuais.

Juliana Cardilli
Do G1 SP
Arquiteto precisou levar sete pontos na cabeça após agressões (Foto: Juliana Cardilli/G1)Arquiteto precisou levar sete pontos na cabeça após agressões (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O arquiteto Bruno Chiarioni Thomé, de 33 anos, classificou na manhã desta segunda-feira (29) como “completamente gratuita” a agressão sofrida por ele e um amigo nas proximidades da Estação Consolação do Metrô de São Paulo, na Avenida Paulista, na madrugada de sábado (27). Thomé foi até a Central de Flagrantes da 1ª Delegacia Seccional, na região do Brás, Centro da cidade, onde o caso foi registrado, para oferecer representação para que os suspeitos respondam criminalmente.
Nesta tarde, ele deve ir ao Instituto Médico-Legal (IML)– o arquiteto quebrou um dedo, levou sete pontos na cabeça e está com cortes e hematomas espalhados pelo corpo. A investigação será encaminhada para o 4º Distrito Policial, na Consolação, ou para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Em seu depoimento, Thomé relatou que os agressores fizeram ofensas homofóbicas contra ele e o amigo, que haviam acabado de sair de uma casa noturna na Rua Augusta. Mesmo sem darem motivo, os dois foram confundidos com homossexuais.
“A gente deduz que era homofobia pelos xingamentos. Não havia nenhum outro motivo. Não tinha nenhuma associação com time de futebol, eles não faziam parte de nenhum grupo intolerante, nada que eles assumissem pelo menos”, afirmou o arquiteto. “A gente não tinha se encontrado antes da balada, não tinha mulher envolvida no meio. Foi do nada, completamente gratuito.”
Bruno também quebrou o dedo ao ser agredido (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Bruno também quebrou o dedo ao ser agredido
(Foto: Juliana Cardilli/G1)
A confusão começou nas proximidades da esquina da Rua Augusta com a Avenida Paulista, quando dois objetos foram jogados contra os dois amigos – um copo e uma pedra. A pedra acertou a cabeça do arquiteto. “Eu olhei, procurei nos lados, tinha um grupo de pessoas e eu fui na direção delas. Eu cheguei perguntando ‘o que aconteceu?’. Eles começaram a me xingar: ‘Sai daqui, viadinho’. Eu falei ‘qual o motivo, por que isso?’, aí um deles abaixou para pegar a luminária, que estava no pé dele”, contou.
Thomé e o amigo foram agredidos. Ao tentar se defender da luminária, o arquiteto acabou quebrando o dedo indicador da mão direita. No meio da confusão, eles acabaram entrando na estação de Metrô e o arquiteto conseguiu reagir e tomar a luminária das mãos dos agressores. Quando os seguranças do Metrô chegaram, os suspeitos, pelo menos três duplas, fugiram. Thomé estava com a luminária na mão.
O arquiteto afirmou que ele e o amigo não estavam próximos e não tomaram nenhuma atitude que levasse os agressores a imaginar que os dois fossem gays. “É triste, é gratuito, é de uma pobreza cultural, pobreza intelectual muito grande”, afirmou. “Fiquei nervoso, mas na hora mesmo não senti medo, senti raiva. A sorte é que era uma molecada inexperiente. Não era um pessoal escolado em briga. Se fosse skinhead a gente teria se dado realmente mal.”
Thomé também contou que costuma frequentar sempre casas noturnas na região, e que nunca havia presenciado atos de violência e intolerância. “Espero que apurem os fatos, que as pessoas passem a enxergar isso como errado, não pode virar moda, escolher alguém para bater”, afirmou. Ele também disse que espera que a polícia peça imagens da estação de Metrô que possam ajudar a identificar os suspeitos.
No boletim de ocorrência registrado no sábado, não há menção a homofobia – apenas o amigo de Thomé e um rapaz de 19 anos que também se envolveu na confusão foram até a delegacia, e o amigo não havia ouvido os insultos. Após o depoimento do arquiteto nesta segunda, o caso ficou registrado como lesão corporal dolosa e injúria qualificada por racismo.
O rapaz de 19 anos foi ouvido pela polícia e disse que passava pelo local quando ocorreu a briga. Ele afirmou também ter sido agredido pelo arquiteto. Ele só deverá ser ouvido novamente após ser definida a delegacia que vai investigar o caso.
Extraído de http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/08/foi-completamente-gratuito-diz-arquiteto-agredido-na-paulista.html  em 02 de Setembro de 2011.






quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Morre Eni de Mesquita Samara em 29 de Agosto de 2011

Vi hoje a publicação no site da Revista de História, sobre a morte, na madrugada de 29 de Agosto de 2011, de Eni de Mesquita Samara, historiadora feminista e professora da Universidade de São Paulo. Sem dúvida uma grande perda. Abaixo seguem o link e a notícia sobre sua morte, no site da Revista. Meus sinceros sentimentos à família, aos companheiros de trabalho e às feministas que compartilham essa perda.



Morre historiadora Eni de Mesquita Samara

Professora da USP foi a entrevistada da Revista de História da edição de janeiro deste ano; releia


29/8/2011

Professora Eni, na ocasião da entrevista que concedeu à Revista de História
Professora Eni, na ocasião da entrevista que concedeu à Revista de História

Faleceu nesta madrugada a historiadora Eni de Mesquita Samara, professora de História do Brasil Colonial da USP, diretora do Centro de Estudos de Demografia Histórica da América Latina (Cedhal), e ex-presidente da Associação Nacional de História (Anpuh) e do Museu Paulista da USP.  Pesquisadora da História das Mulheres e da Família, Eni tinha vários títulos sobre o tema, tais como "A família brasileira" (1983); "As mulheres, o poder e a família" (1989); "As idéias e os números do gênero" (1997), "Família e vida doméstica no Brasil" (1999); "Família, mulheres e povoamento" (2003).
A Anpuh divulgou nota, assinada por Benito Bisso Schmidt, presidente da associação, afirmando "profundo pesar" e reconhecendo "sua importante trajetória intelectual e associativa". A USP suspendeu as aulas desta segunda-feira (29). Tania Bessone, da Uerj, afirmou que vai lembrar "sempre da alegria, dinamismo e seriedade que usufrui no seu convívio".
Em sua entrevista para a Revista de História da Biblioteca Nacional, publicada em janeiro deste ano, falou sobre os inventários do brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão e de sua esposa, Gertrudes Galvão de Oliveira Lacerda, que havia encontrado, então, recentemente. Os dois foram os protagonistas de sua tese de doutorado “A família na sociedade paulista do século XIX”, publicada ainda na década de 1970.
Leia novamente sua entrevista para a Revista de História, em que ela aborda temas como os formatos das famílias do século XIX além do sistema patriarcal; como o casamento era raro no período, as diferenças entre as colonizações espanhola e portuguesa na América, e o feminismo: “Ser feminista é fazer a história das mulheres comprometida com as questões voltadas para as suas políticas. Então, acho que uma professora, que está na universidade, que trabalha com um tema como o da história das mulheres e das famílias, não pode deixar de ser feminista. Ela tem que estar, na verdade, compromissada com as políticas voltadas para as mulheres, com as questões relativas às mulheres. Isso é ser feminista.”
O velório será na Funeral Home, das 17h às 22h desta segunda, localizada à rua São Carlos do Pinhal 376, Bela Vista, São Paulo - SP. A cremação do corpo na terça-feira (30), no Cemitério e Crematório Horto da Paz, à Rua Horto da Paz 191, Potuverá, Itapecerica da Serra - SP, em horário a ser definido pela família.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Riopretenses saindo do armário!!!

Que surpresa encontrar a notícia sobre as manifestações da população riopretense na Câmara Municipal bombando em vários blogs. Esqueci até a idéia de post que eu tinha pra escrever e resolvi postar as matérias que eu encontrei. Já faz mais de 7 anos que já não moro lá, mas nasci, passei minha infância toda e amarguei minha adolescência nesta cidade. Devido à vida nômade que eu levo desde então, nunca mudei meu domicílio eleitoral, e apesar da distância e de passar até anos sem pisar por lá, continuo por dentro da situação política, não por esforço pessoal, admito, mas porque nesse quesito a cidade muito pouco mudou: não só os políticos continuam os mesmos, como também os problemas e as promessas de campanha, que passam de geração pra geração de riopretenses, como uma herança maldita.

Rio Preto é e não é uma típica cidade de interior. Se por um lado tem tudo que uma metrópole tem, incluindo altos índices de criminalidade e problemas sérios de segurança, meio ambiente, educação, moradia, monopólio dos transportes públicos etc, por outro também tem ruinhas de terra, sorveteria barata de bairro, a população vive em sua maioria em casas térreas, e ainda até coloca as cadeiras de preguiça nas calçadas em noites escaldantes de verão. Nessa mistura esquizofrênica de metrópole com paisagens de interior, a população cultiva hábitos da modernidade, como por exemplo, pagar uma fortuna por um shop aguado e quente no Happy hour, construir shopping center por todo lado, ou não ter mais tempo para as coisas que valem a pena na vida. Também preserva, para manter a contradição, hábitos colonialescos, como por exemplo esperar dos políticos que sejam populistas e que distribuam presentes e favores nas eleições, colocar a culpa de tudo nas costas alheias mas não levantar a bunda da cadeira pra trocar uma lâmpada se a lâmpada for de uso coletivo, e se achar o máximo em relação a quem mora em outras cidades da região, ao mesmo tempo que sonha em se mudar para a capital. Nem preciso dizer que seguindo essa linha, todos os políticos da cidade ocupam, ocuparam e seguirão ocupando seus cargos quase que de maneira vitalícia; todos os projetos de moradia têm nome de prefeitos ou parentes de prefeitos, porque foram manobras eleitoreiras absurdas, ao mesmo tempo que jogaram as populações vulneráveis e indesejadas bem longe do centro e em áreas sem acesso a ele; o tal rio Preto transborda e mata gente todo ano, e a culpa é das chuvas, embora as obras de recuperação do rio e de tratamento de esgoto consumam valores absurdos e duram décadas, etc etc etc etc.....

Por tudo isso me surpreendi muito, e bem, quando vi as noticias de que principalmente os jovens estão se mobilizando contra a corrupção em São José do Rio Preto. Infelizmente os membros da minha família que ainda moram lá nem souberam de nada...

Mas aí vão as notícias. Avante Rio Preto, que um dia tem jeito!!!

Só 3 vereadores dizem não à maldade
Vinícius Marques
Jornal BOM DIA
17/08/2011
Com cerca de mil pessoas do lado de fora e galeria cheia de apadrinhados, os vereadores aprovam criação de 230 cargos a um custo anual de R$ 14 milhões
Com votos de 13 vereadores e apoio do presidente da Casa, Oscarzinho Pimentel (PPS), a Câmara aprovou nesta terça-feira (16) projeto do prefeito Valdomiro Lopes (PSB) que cria 230 cargos em comissão no governo. Só três vereadores votaram contra a proposta.
O projeto ainda permite ao prefeito nomear 266 concursados para cargos de confiança. No total, o custo anual será de R$ 14 milhões. Vereadores aliados ao prefeito passaram trator na oposição e ignoraram cerca de mil populares que diziam “não” ao projeto do lado de fora da Casa. O projeto dos apadrinhados é o primeiro do “pacotão” da maldade a ser aprovado pela Câmara. Só Dinho Alahmar (PSB), Marco Rillo (PT) e Pedro Roberto Gomes (PSOL) rejeitaram o projeto nesta terça-feira (16).
A sessão foi tensa, como na semana passada, em que a legalidade do projeto ganhou aval da Câmara, mas desta vez as galerias estavam lotadas de ex-apadrinhados interessados na aprovação da proposta. Valdomiro demitiu 274 comissionados há mais de dois meses por decisão da Justiça. Havia apenas cerca de 30 estudantes dentro do prédio da Câmara no início da sessão.
Eles reclamaram de venda de senhas e que foram ameaçados de manhã, quando as senhas começaram a ser distribuídas. A PM colocou 85 policiais na Casa para evitar protestos.
Vereadores governistas estacionaram carros na garagem do prédio da prefeitura e driblaram os estudantes na entrada.
Diferentemente da última sessão, Oscarzinho não pediu a saída de ninguém do plenário e repetidas vezes questionou os estudantes contra o projeto.
O grupo de ex-apadrinhados levou faixas e cartazes contra Marco Rillo (PT), acusado de arregimentar estudantes para a sessão. Antes de o projeto ser votado, Rillo e Oscarzinho bateram boca. O petista alertou sobre parecer do Cepam que havia apontado 37 falhas técnicas da proposta. Rillo pediu que a votação fosse adiada, mas a maioria dos vereadores rejeitou a solicitação. Na tribuna, o petista chamou Valdomiro de mentiroso por causa das despesas provocadas pelo projeto de apadrinhados. Oscarzinho era chamado de “ditador” pelos manifestantes contra a proposta. Apadrinhados batiam palmas.
Antes da votação, os populares defensores do “não” deram às costas ao plenário e se retiraram. Já alguns apadrinhados estavam irritados com discursos de vereadores, mesmo governistas. Cerca de três horas depois do início da sessão, a base governista aprovou o projeto e deu carta branca ao prefeito para nomear seus assessores. Após votação, ex-apadrinhados foram xingados e saíram calados até nova confusão mais tarde. Leia mais nas páginas 4, 5, 6 e 7
Prefeitura vai nomear por decreto novos apadrinhados
A nova lei que permite Valdomiro Lopes (PSB) nomear 230 apadrinhados vai ser sancionada até o final desta semana. Depois, Valdomiro vai nomear os comissionados por meio de decreto, de acordo com o procurador-geral, Luiz Tavolaro.
“Cada função será definida por decreto pelo prefeito”, disse o procurador depois da sessão.
A prefeitura sustenta que mesmo com despesa anual de R$ 14 milhões, a nova lei terá custo inferior ao quadro de apadrinhados contratados até junho deste ano. A despesa mensal era de R$ 1,4 milhão e passará para R$ 1,13 milhão, segundo a secretária da Fazenda, Mary Brito. Os cargos em comissão terão salários de R$ 2,5 mil a R$ 6,2 mil.
O BOM DIA solicitou entrevista nesta terça-feira (16), depois da aprovação da lei, com o prefeito, mas ele não poderia ser localizado, segundo o secretário de Comunicação, Deodoro Moreira.
A nova lei vai ser questionada novamente no Ministério Público. O advogado Airton Sarchis, que apontou ilegalidade de leis anteriores que permitiam os cargos afirmou que irá apresentar representação contra a a nova lei na segunda-feira.
“Assim que for sancionada a lei, eu entro com representação na Procuradoria Geral de Justiça”, afirmou. “Esse projeto também é ilegal e permite a Valdomiro nomear sem critério”, afirmou o advogado.
Em função da aprovação de leis anteriores, em 2006 e 2009, Valdomiro e o ex-prefeito Edinho Araújo (PMDB) são alvo de inquérito. Na decisão do Tribunal de Justiça que classificou de inconstitucionais três leis que permitiam a contratação de até 296 pessoas, a sentença apontou que alterações na lei eram “tentativas de fraude”.
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Rio-pretenses usam as rede sociais para protestar contra o pacotão da maldade

Só a manifestação #VergonhaRioPreto teve mais de 1.400 comentários no Twitter


Ana Lígia Paschoaletti
Agência BOM DIA
16/08/2011 16:31

Rio-pretenses estão usando as redes sociais, como Twitter e Facebook, para protestar contra o pacotão da maldade que alguns vereadores da cidade e o prefeito querem aprovar durante votação na sessão da Câmara desta terça-feira (16).

O pacotão inclui a criação de 230 cargos em comissão, sem necessidade de concurso público, aumento no número de vereadores e reajuste salarial para parlamentares, prefeito e funcionários, ao custo anual de mais de R$ 16 milhões.
No Twitter, a manifestação contra o pacotão mais expressiva entre os usuários do site é a #VergonhaRioPreto, com mais de 1.400 posts, também chamados de comentários, com este termo. O tópico é o mais citado no Twitter na cidade, seguido por 'Vereador Oscarzinho Pimentel' e 'Vereadores'.
O #VergonhaRioPreto foi criado no dia 11 de agosto de 2011 e desde então o número de seguidores cresce a cada dia. Junto com essa manifestação os seguidores estão compartilhando um link de uma reportagem do BOM DIA publicada nesta terça-feira (16). Clique aqui e confira. 
A apresentadora de programa na televisão Rosana Hernann (@rosana), que tem mais de 230 mil seguidores no Twitter, antes de sair de Rio Preto, onde fez uma palestra na faculdade Unilago, comentou sobre a mobilização. "As redes sociais finalmente concretizaram a expressão o povo unido jamais será vencido", postou.
Já no Facebook foram criados pelo menos quatro manifestações contra o pacotão seguidas por centenas de pessoas. São elas: os eventos 'Parar Rio Preto' e 'Protesto Não', e os grupos 'Os sem rabo preso' e 'Olhos da cidade - Atentos'. Juntos os protestos reúniram cerca de 600 seguidores até a tarde desta terça-feira (16).